14.1.09

Cantinho da Poesia

RETRATO FALADO

Peruíbe, cidade de história, coberta de glória.
Cidade de mitos, de gritos, de ritos dos índios solitos.
Que trazem na pele os traços da lida, que tem pela vida,
na terra do branco, pois terra foi sua e perdida no tranco.
Mas hoje o resgate foi feito na aldeia, tal qual uma teia,
Que alastra o saber, dos filhos do índio, que cresce, que tece,
Que encanta o turista mostrando sua arte, de ferro, de argila,
De vime, de pau, do mesmo da Nau que aqui aportou.
Do siso nervoso, do jeito gostoso, das índias tupi,
Do orgulho da língua que é o guarani,
Do livro aberto da história daqui.
Cidade das matas, das lamas, das damas, damas brancas, lamas negras,
Para cura e a saúde, do homem fino, do homem rude.
Remédio poderoso, mundo afora conhecido,
Por um tempo esquecido mas agora resgatado da jazida da riqueza,
Para ”gregos e troianos” cultuarem a beleza.
Peruíbe do Apolônio, da camada de oz6onio, gente farta de idéia,
Mata forte da Juréia , que de serra inda sobrou,
Pois da Atlântida roubada nada mais pra lá brotou.
Terra de ar e quietude, da eterna juventude,
Do jovem e do velho jovem.
Do polém das flores, dos muitos amores.
Dos UFOS do céu, dos limos do fundo, do mar que é um véu.
Da fala que narra, dos sons da fanfarra, da Banda campeã,
Orgulho da terra e da gente que é fã.
Dos muitos turistas que a cidade vê, das ruínas saudosas do Abarebebê.
Peruíbe Paraíso e Camborê , do Uma, da Runa que a vidente lê,
Do conto e do causo que esta no baú, baú do vô velho lá do Guaraú.
Peruíbe! Curti-la é bom ama-la é um dom.

Ney Costa